Serra sugere mudar aposentadoria de servidor

O Globo  
 
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem (29) ser favorável a uma mudança na idade para a aposentadoria do funcionalismo público, desde que para os novos servidores que passem a entrar na carreira

     Em um encontro com entidades representativas de funcionários públicos, como delegados da Policia Federal, fiscais de renda e advogados da União, o presidenciável defendeu também o direito à aposentadoria integral para os servidores.


     Toda a questão da Previdência, eu quero refazer no Brasil de maneira realista, que funcione. Eu prefiro mexer muito mais na idade do que na remuneração alarmou o tucano, ao ser perguntado sobre a integralidade da remuneração para o funcionalismo.

     Propostas “foram apenas ênfase”, diz tucano Mais tarde, o candidato explicou que a proposta de alteração no critério da idade mínima não se trata de uma ideia fechada, mas de algo a ser discutido com as entidades e o Congresso. Foi apenas ênfase, porque eu sou favorável à aposentadoria integral para o funcionário público. Eu não estabeleci nenhum critério. Isso é uma coisa para discussão.

     A possibilidade de o servidor se aposentar com o salário integral atualmente seria com a participação em um fundo complementar. Serra criticou o modelo, criado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os funcionários públicos. Não funcionou. Ficou pendente de uma regulamentação.

     Temos que examinar Isso e fazer uma coisa construtiva, um diálogo com as entidades do funcionalismo e o Congresso Nacional. Segundo ele, a criação do fundo instalou uma “situação de Insegurança”. Não se caminhou para algo concreto disse. Para cerca de 50 representantes de entidades do funcionalismo, o presidenciável fez um discurso duro sobre o aparelhamento de estatais e de agências reguladoras.

     Ele prometeu priorizar a contratação de funcionários por’ concursos públicos e negou que tenha planos de novas privatizações. Em relação à reforma tributária, Serra voltou a afirmar que tem mais credenciais do que a adversária Dilma Rousseff (PT) para fazer as mudanças necessárias. -Se vocês chegarem para a Dilma, tirando trivialidades, não sobra nada. À noite, Serra foi a Barueri, na região metropolitana de São Paulo, para o último comício do primeiro turno, e mais tarde, encerrou sua campanha em um clube na Mooca, bairro onde nasceu.

     Em Barueri, ele disse que a campanha no segundo turno será “mais fácil” porque líderes estaduais, como o ex-governador de Minas gerais Aécio Neves, candidato ao Senado, poderão se empenhar. Ele vindo para a campanha fica mais fácil, porque o Aécio esteve na campanha dele, cada um esteve em sua campanha, em seu lugar. No momento em que você não tem mais eleições estaduais, há outra dinâmica disse o candidato tucano, depois do comício. Na Mooca, Serra voltou a fazer um apelo pela unidade do partido em torno de sua candidatura num segundo turno: Na segunda-feira, ninguém vai viajar.
Descanso da campanha, só em novembro. Serra defendeu em Barueri a liberdade de Imprensa, quando foi perguntado se concordava com as críticas de que a mídia tem um candidato, A imprensa faz o seu trabalho de mostrar o que está acontecendo. Às vezes publica notícia errada, às vezes certa, mas isso é a imprensa livre. Sem Imprensa livre não tem democracia. E tudo que a Imprensa descobriu em termos de mensalão, em matéria de aloprados. Em matérias de Casa Civil agora, a imprensa estava certa. Estaria pronto para o debate agora o candidato tucano disse que não terá nenhum preparo especial para o último debate entre os candidatos a presidente, hoje à noite, na Rede Globo.

     Até gostaria de fazer, mas a rotina segue uma rotina dinâmica, agitada, que é a da campanha eleitoral. Eu estaria pronto para começar o debate agora. Agora eu jogaria futebol, participaria de um debate ou iria assistir ao jogo do Palmeiras, que é aqui do lado e eu não vou poder, brincou, referindo-se à partida entre Palmeiras e Internacional, jogada a poucos metros do comício, na Arena Barueri.