Com 45% do quadro renovado, Conselho de Delegados Sindicais realiza primeira reunião de 2021

Realizado por videoconferência, encontro pautou a importância da mobilização da carreira de Finanças e Controle na corrida contra as reformas que desestabilizam o serviço publico e o país

O Conselho de Delegados Sindicais (CDS) realizou a primeira reunião da legislatura 2021-2023 na tarde desta quinta-feira, 8 de abril, pelo Zoom. Celso Duarte de Sousa Júnior, delegado sindical de Roraima, foi designado para presidir as atividades. João Colaço dos Santos, delegado sindical de Minas Gerais e Rudinei Marques, secretário executivo do Unacon Sindical, colaboraram com a coordenação do encontro, na condição de vice-presidente e secretário de mesa, nesta ordem. A eleição da mesa diretora oficial do colegiado será realizada na sexta, 9.

Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical, deu início à videoconferência desejando boas-vindas aos novos membros do CDS. O colegiado teve 45% do quadro renovado. Antes de passar a palavra para os dirigentes, Cerqueira falou sobre a pandemia de Covid-19. “A situação é muito triste. Todos os dias recebemos notícias de colegas perdendo a batalha para o vírus. É importante nos mantermos vigilantes e redobrarmos os cuidados com a saúde”, disse. Filipe Leão, delegado sindical da Bahia, sugeriu que o encontro fosse dedicado à memória de todos os colegas que morreram por complicações com a Covid-19. O pedido foi acatado e registrado em ata.

Na avaliação de conjuntura, o presidente do Unacon Sindical falou sobre o agravamento da crise sanitária, social e econômica do país. “Entramos em 2021 pior do que entramos em 2020, com o relaxamento do isolamento social, a demora na vacinação e o retorno da agenda ultraliberal de reformas. Temos pela frente dois grandes desafios: minimizar os danos ao serviço público com todos os instrumentos que tivermos à nossa disposição e aprofundar essa discussão com a nossa base, com os servidores públicos e com a opinião pública”, declarou.

Na mesma linha de Cerqueira, os delegados sindicais também destacaram a necessidade de mobilizar a carreira de Finanças e Controle e o conjunto de servidores para a corrida contra as reformas que desestabilizam o serviço publico e o país.

“Precisamos resistir. Esse é o nosso papel. Estou atento e, mais do que nunca, disposto a aderir essa luta”, declarou o veterano Carlos Leite, representante da regional do Rio Grande do Sul.

Novo no CDS, Valério Victorino Coelho, delegado de Controle Interno, prevê um ano de muita luta. “Esse governo não leva a sério conversas e acordos. Fazem o que querem, sem levar em consideração os princípios da razoabilidade e da prudência. Ainda bem que temos uma diretoria bem ativa”, destacou.

“É uma infeliz coincidência estarmos em um momento de luta em defesa do serviço público em meio a uma pandemia. Essa é uma situação que, infelizmente, compromete nosso poder de mobilização. Mas espero que a reunião resulte em encaminhamentos positivos para essa articulação”, avaliou Luciana Toldo, delegada de Finanças Públicas.

Apesar de reconhecer a dificuldade em mobilizar a base – fator que sempre existiu, mesmo antes da pandemia –, Rudinei Marques, secretário executivo do Unacon Sindical, avaliou como positiva a atuação em defesa do serviço público realizada até aqui. “Mesmo com todas as limitações, já fizemos muito. Publicamos material técnico para empoderar os servidores públicos com conteúdo qualificado; promovemos e aderimos a mobilizações virtuais de alcance nacional, como a realizada no dia 24 de março; e autenticamos na Câmara dos Deputados uma emenda substitutiva global à PEC 32/2020, da reforma administrativa”, informou.

Marques atribuiu o sucesso aos feitos citados à participação no Fórum Nacional de Carreiras de Estado. “O fato de integrarmos a presidência do Fonacate ajuda muito. Hoje, o Fórum conta com 37 entidades muito atuantes e combativas, o que favorece muito”, pontuou destacando, como prioridade máxima: a coleta de assinaturas para viabilizar a emenda substitutiva global, o fortalecimento da mobilização, e a manutenção da luta para retardar, ao máximo, a votação da PEC 32/2020.